quarta-feira, 6 de maio de 2009

Liquidos



Somos / estamos seres incompletos, vivendo em um mundo igual de diferenças que nos saltam aos olhos. Uma singularidade numa multidão de anônimos, vivendo em um mesmo espaço de não lugares. Por mais amplas que sejam nossas diferenças, somos no fundo todos seres humanos. Simplesmente iguais. Imagem e semelhança de um mesmo Deus.

E no decorrer dos anos, se há algo que podemos dizer que concluímos, é que não temos as respostas que queríamos e que se não empenharmos nossa vida nessa busca pela verdade, a vida se torna vazia com qualquer falha nossa ou ao nosso redor.

A questão é que hoje não procuramos mais a verdade. Dizemos ate que o que nós acreditamos não precisa ser necessariamente verdade, mas convincente. Deixamos que o vazio aumente. Talvez essa palavra tenha mais a ver com a gente hoje do que pensamos: deixar. Estamos na era do “ah, deixa!”. Deixamos. Quando o som do nosso carro começa a tocar “é samba de preto velho, é samba de preto tu”, deixamos. Quando ouvimos falar: “Deus está morto”, deixamos. Quando vemos que a ultima novela do dia vai começar e nosso filho de 5 anos está na sala, deixamos. Quando no namoro o outro nos leva para o motel, deixamos. Enquanto o mundo pede ajuda, deixamos. Porque afinal de contas, qual o problema de ver nossa vida passando?

Liquidez. Vivemos numa época liquida na qual tudo o que acreditamos ou que um dia vivemos por, começa a escorregar das nossas mãos. Valores líquidos. Santidade liquida. Um amor liquido. E quer saber?! Não há como acreditar em um “Deus liquido”. E quer saber uma NOVIDADE?! Ele não é!

Se nós o negamos, se mudamos o bem em mal, se nos achamos merecedores da graça por boas obras, se não conseguimos manter um caráter constante ou uma consciência pura diante dEle, se reconhecemos q o traímos e não o amamos mais com todas as forças, de todo coração e de toda mente...



“se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo.” 2 timoteo 2:11-13



Um amor fiel em meio ao caos. Algo que não muda em meio a um mundo em processo de metanóia constante. Um amor fiel que estende a mão para Pedro depois da cantoria de um galo. Um amor fiel que lava os pés de Judas e o chama de amigo depois de ter recebido um beijo de morte. Um amor fiel que, na cruz, se importa em ouvir o desabafo do ladrão do lado. Um amor fiel que teve a coragem de acreditar em mim. Um amor fiel. Um porto seguro em meio a nossa inconstância.



“[disse Aslan] ´Amado, [...] todos encontram o que realmente procuram.`

- depois ele soprou sobre mim e fez cessar todo o tremor do meu corpo, firmando-me outra vez sobre os meus pés. Após isso, não disse mais muita coisa, a não ser que voltaríamos a nos encontrar e que eu deveria seguir sempre pra frente e pra cima. Então voltou-se como um tempestuosa rajada de ouro e subitamente desapareceu.

- e desde então, ó reis e damas, ando perambulando à procura dele, e minha felicidade é tão imensa que até me enfraquece como uma ferida. E a maravilha das maravilhas é ter ele me chamado de amado – a mim, que não passo de um cão...” (Crônicas de Narnia – A ultima batalha).

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